segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

CONJUNÇÃO

Conjunções são vocábulos que relacionam duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. Quando não há dependência entre as orações, diz-se que as conjunções são coordenativas: relacionam termos ou orações de mesma função sintática. Quando há dependência, ou seja, quando uma determina ou completa o sentido da outra, diz-se que elas são subordinativas.

As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.


CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

1. ADITIVAS
Servem para ligar dois termos ou duas orações de idêntica função. São conjunções aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os livros não só instruem, mas também divertem.
Leonor voltou-se e desfaleceu.

2. ADVERSATIVAS
Ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma ideia de contraste, oposição. São conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.
O exército do rei parecia invencível, não obstante foi derrotado.
Apetece cantar, mas ninguém canta.

3. ALTERNATIVAS
Ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre. São conjunções alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
Ora lia, ora fingia ler para impressionar aos demais passageiros.

4. CONCLUSIVAS
Servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão. São conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
Nas duas frases a experiência é a mesma. Na primeira não instrui, logo prejudica.

5. EXPLICATIVAS
Ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira. São conjunções explicativas: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
Não solte balões, que podem causar incêndios.
Dorme cá, pois quero mostrar-lhe as minhas fazendas.


OBSERVAÇÃO:
A conjunção e pode apresentar-se com sentido adversativo:

Sofrem duras privações e [= mas] não se queixam.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.



CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

1. CAUSAIS
Introduzem orações que exprimem causa: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, pois que, por isso que.
O tambor soa porque é oco.
Como as pernas trôpegas exigiam repouso, descia raro à cidade.

2. COMPARATIVAS
Introduzem orações que representam o segundo elemento de uma comparação: como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que  ou do  que, (tanto) quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como), (maior) que  ou do  que, (menor) que  ou do  que, (melhor) que  ou do  que, (pior) que  ou do  que, bem como, como se.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Mais do que as palavras, falavam os fatos.

3. CONCESSIVAS
Iniciam orações que exprimem um fato que  se concede, que se admite, em oposição a outro: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que , ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não), bem que.
Beba, nem que seja um pouco.
Nem que a matassem, confessava.

4. CONDICIONAIS
Iniciam orações que exprimem condição ou hipótese: se, caso, contatnto  que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
- A entrevista ficou marcada para as quatro da tarde, caso você não prefira ir à noite.

5. CONFORMATIVAS
Indicam conformidade  de um fato com outro: como, conforme, segundo, consoante.
As coisas não são como (ou conforme) dizem.
Cada um tinha razão levando a vida consoante a criação da sua alma.

6. CONSECUTIVAS
Iniciam orações que exprimem consequência: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de  sorte que, de modo que, de forma que, de maneira  que, sem que, que (não).
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Foi tão rápida a saída que jandira achou graça.

7. FINAIS
Iniciam orações que exprimem finalidade: para  que, a fim de que, que (= para que), porque.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se afendesse.
Não bastava a sua boa vontade para que tudo se arranjasse.

8. PROPORCIONAIS
Iniciam orações que exprimem proporcionalidade: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais...(tanto mais), quanto mais...(tanto menos), quanto menos...(tanto mais), quanto mais...(mais), (tanto)...quanto, enquanto, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais).
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão  tendo.
À medida que avançavam, iam penetrando no coração da trovoada.

9. TEMPORAIS
Introduzem orações que exprimem tempo: quando, enquanto, logo  que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, depois que, até que, agora  que, ao mesmo tempo  que, toda vez que, antes que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, que (desde que).
Desde  que o mundo existe, sempre houve guerras.
Sempre que posso, vou onde as recordações me chamam.

10. INTEGRANTES
Introduzem orações que funcionam como substantivos: que, se.
Pedi-lhe que me desculpasse. (Pedi-lhe desculpas)
Não sei, sequer, se me viste, não vou jurar que me vias..

Questões que tratam deste assunto:

Questão 12 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 4 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 13 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 11 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 33 e 39 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 4 e 6 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 4 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 68 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 32 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 4 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 13 e 17 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por elementos de coesão e coerência.

domingo, 2 de setembro de 2012

ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA


Um texto é um conjunto harmônico de elementos, associados entre si por processos de coordenação ou subordinação. No meio de toda essa harmonia, estão os conectores, que devem fazer, corretamente, a junção entre as orações dos períodos de um parágrafo. Estes conectores são chamados de elementos de coesão, responsáveis por tornar o texto (conjunto de parágrafos) inteligível. Se a ligação entre as partes deste texto não for bem-feita, o sentido lógico será prejudicado. Observem a frase a seguir: 

Joana estudou muito, mas passou.


Este período composto pelas orações: Joana estudou muito e Joana passou, não está coerente, pois o conectivo encontrado entre elas dá ideia de oposição, contrariedade, mas não foi isso que ocorreu. Para que haja coerência aqui, deveria se usar um conectivo com ideia de consequência, por exemplo: 

Joana estudou tanto que passou.

Como as partes do texto não estavam devidamente ligadas, diz-se que faltou coesão textual. Consequentemente, o trecho ficou sem coerência, ou seja, sem sentido lógico.

CONECTORES

Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo as que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamdos de referentes. Muita atenção, pois, com os conectores. Eis os mais importantes:


1) Pronomes pessoais retos ou oblíquos
Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje.
Ele = meu filho (referente)
Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.
o = memorando (referente)

2) Pronomes possessivos
Pedro, chegou a sua maior oportunidade.
sua = Pedro (de Pedro)

3) Pronomes demonstrativos
a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.
isso = O filho está demorando
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.
Isto = o filho está demorando

Parecidos, não é mesmo? A diferença é que isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer referência ao que já foi dito no texto (ANÁFORA). Isto (este, estes, esta, estas) refere-se ao que ainda será dito no texto (CATÁFORA).

ANÁFORA = Elemento que se refere ao que já foi dito
CATÁFORA = Elemento que se refere ao que ainda será dito

c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente.
Aquele = homem
esta = mulher

A palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo (mulher).


4) Pronomes indefinidos
Naquela época, os homens, as mulheres, as crianças, todos acreditavam na vitória.
todos = homens, mulheres, crianças

5) Pronomes relativos
Havia ali pessoas que me ajudavam
que = pessoas

6) Pronomes interrogativos
Quem será responsabilizado? O rapaz do almoxarifado por não ter conferido os materiais.
Quem = rapaz do almoxarifado

7) Substantivos
José e Helena chegaram de férias. Crianças ainda, não entendem o que aconteceu com o professor.
Crianças = José e Helena

8) Advérbios
A faculdade ensinou-o a viver. se tornou um homem.
Lá = faculdade

9) Preposições
As preposições não possuem referentes no texto. Simplesmente estabelecem vínculos.
Preciso de ajuda
Morreu de frio

Nas duas frases, a preposição liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto, ela é destituída de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz um adjunto adverbial, ela possui valor semântico ou nocional, uma vez que a expressão que ela inicia tem um valor de causa.

10) Conjunções e locuções conjuntivas
É sumamente importante para a interpretação e a compreensão de textos o conhecimento das conjunções e locuções correspondentes.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 12 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 4 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 36 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 22 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 18 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 10 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 64 e 65 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 20 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por análise de orações.